A cultura maker é considerada, hoje, como uma nova revolução industrial. Em que o poder de produção e desenvolvimento sai das mãos da indústria e das empresas para o indivíduo.
Apesar de ser uma afirmação considerada muito otimista, já é possível identificar uma tendência crescente aqui no Brasil. Com a criação de diversos espaços colaborativos, Fablabs, ou Makerspaces, popularização da impressora 3D e de atividades DIY (Do It Yourself).
Mas, algo que pode passar despercebido, é como essa cultura acaba por abranger mudanças importantes na sociedade, nos negócios e, principalmente, na educação. Tirando a exclusividade de um detentor do conhecimento, para condutas que valorizam o como aprender, fazer, criar e compartilhar.
Isso, como é de se esperar, gera inúmeros benefícios para a sociedade e para o indivíduo, que podem aprimorar muitos conhecimentos, práticas e estratégias novas e antigas.
Vamos entender melhor a cultura maker, como nasceu o movimento e os principais impactos dele dentro da sala de aula e na sociedade?
O que é cultura maker?
A cultura maker é o conjunto de comportamentos e ferramentas que possibilita que qualquer indivíduo possa desenvolver seus próprios produtos, utilizando o DIY e ferramentas adequadas. Devido ao seu alto impacto, muitos estudiosos consideram como uma filosofia.
É muito comum que essa tendência seja vinculada a ferramentas ultra tecnológicas, como impressoras 3D, por exemplo. Mas, na realidade, a cultura maker independe da tecnologia, muitos espaços colaborativos, que denominamos Makerplaces ou Fablabs, possuem ferramentas comuns, como serrotes, lixadeiras, furadeiras, etc.
É claro que a tecnologia veio como um potencializador importante para consolidar ainda mais essa tendência. Permitindo que as pessoas consigam criar, fabricar, reparar e modificar uma infinidade de objetos.
Isso é possível com o compartilhamento cada vez mais veloz e democrático de conhecimentos. Além das trocas entre diferentes indivíduos para construir essa cultura de maneira colaborativa.
Ou seja, com o conhecimento técnico adquirido e o auxílio de ferramentas, uma pessoa comum poderia desenvolver qualquer item, que, até pouco tempo atrás, era realizado apenas por grandes empresas.
Qual o objetivo da cultura maker?
Como mencionado, o objetivo principal da cultura maker é permitir e, principalmente, incentivar o faça você mesmo. Possibilitando o desenvolvimento de uma sociedade muito mais independente, criativa e pró-ativa.
Podemos dizer, portanto, que o objetivo da cultura maker é o de “colocar a mão na massa” e não esperar que outros façam o que precisamos.
Vale ressaltar que todos estão incluídos nessa cultura, desde crianças até jovens, adultos e idosos. De todas as classes sociais, conhecimentos e com capacidades diversas. Essa é, inclusive, uma das inúmeras possibilidades da cultura maker: unir conhecimentos para desenvolver itens e soluções cada vez melhores.
Como surgiu a cultura maker?
Existem algumas discussões referentes aos primeiros passos da cultura maker, alguns estudiosos acreditam que ela começou com o movimento Arts & Crafts, que ocorreu na Inglaterra, na segunda metade do século XIX.
Outros defendem que essa cultura se inspirou no Movimento Do It Yourself, filosofia que “surgiu” em 1912, nos EUA. E mais, alguns voltam um pouco mais no tempo e acreditam que a raiz da cultura maker se deu no movimento punk. Com a ideia de quebrar regras e utilizar materiais próprios para criar outros.
De maneira geral, podemos dizer que a cultura maker foi construída englobando diversos movimentos que incentivaram a criação artesanal, criativa e colaborativa.
Com as mudanças da sociedade e principalmente a popularização da internet e ferramentas tecnológicas, o movimento maker conseguiu tomar proporções maiores. Viabilizando, assim, a criação e execução de itens cada vez mais elaborados.
Com tantas possibilidades, a cultura maker ganhou ainda mais visibilidade e atenção a partir da criação da revista Make, fundada, em 2005, por Dale Dougherty, sobre projetos tecnológicos.
A revista se tornou extremamente popular entre os amantes de tecnologia, cientistas, educadores etc. E, em 2006, ocorreu o evento Maker Faire, que deu início a uma série de feiras sobre o tema em todo o globo, inclusive no Brasil.
Veja no vídeo abaixo, alguns exemplos de cultura maker em uma feira na França:
Posteriormente, entusiastas criaram locais que poderiam oferecer espaço, ferramentas e possibilidades para os makers atuarem, criando os chamados Fablabs, ou Makerspaces.
Incrível, não? E já existem espaços como esse no Brasil. Confira:
Agora que você já conhece um pouco da história e como surgiu, vamos ver quais os princípios da cultura maker, que tornaram esse movimento tão popular?
Quais são os princípios da cultura maker?
- criatividade – Para desenvolver soluções e itens necessários, os makers precisam de muita criatividade, tanto no projeto, quanto no uso de ferramentas e materiais;
- colaboratividade – Para potencializar conhecimentos, saberes e habilidades, a cultura maker incentiva a colaboratividade. Possibilitando, assim, trocas e a cooperação entre indivíduos;
- sustentabilidade – Esse é um princípio da cultura maker inspirado no movimento DIY. No qual se incentiva o reaproveitamento, com mínimo desperdício de materiais, ressignificando seu uso e sua finalidade;
- escalabilidade – Por fim, o princípio da escalabilidade é a ideia de que os produtos e soluções possam ser produzidos em escala, com baixo custo e mais eficiência.
Mas como colocar a cultura maker em prática, nas escolas?
Como falamos anteriormente, a cultura maker tem uma forte ligação com ferramentas tecnológicas, como a impressora 3D, máquinas de corte, plataformas de prototipagem, entre outras.
Investir nessas ferramentas é uma ótima forma de colocar a cultura maker em prática. Inserindo, assim, cursos e workshops que incentivem a criação e o desenvolvimento de projetos criativos.
Mas essa não é uma realidade para todas as instituições, não é mesmo? Quer dizer que elas não podem incluir princípios da cultura maker dentro do ambiente escolar?
Muito pelo contrário, toda e qualquer instituição pode desenvolver atividades e rotinas inspiradas na cultura maker. Veja abaixo alguns exemplos de atividades com baixo custo!
Atividades e exemplos de cultura maker
- Horta;
- Aulas de Culinária;
- Exposições;
- “Ateliê” de Costura;
- Fabricação de brinquedos;
- Entre outros.
O ideal é que as atividades sejam desenvolvidas para sanar algum problema, ou para acrescentar algo para a comunidade. Então, por exemplo, a horta pode ser comunitária, na própria escola e pode, inclusive, dar suporte às aulas ou atividades de culinária.
Imagine os estudantes comendo um bolo feito por eles com morangos cultivados e colhidos pelos próprios alunos?
Já as exposições podem ser de roupas de bonecas costuradas pela turma. Ou quadros, esculturas em argila, fantoches e tantas outras opções.
E o melhor, é possível – e muito indicado – incluir matérias e temas comuns nessas atividades, como matemática, história, biologia etc.
Para essas atividades, não é preciso utilizar muita tecnologia, basta distribuir equipamentos simples como pá, regador, retalhos, cartolinas, papelão etc.
Mas, caso a escola queira, também é interessante mesclar com ferramentas digitais simples, como o Google Forms para colher ideias de atividades, ou o calendário do Google para avisar o dia do plantio e a previsão da colheita.
Qual a importância da cultura maker na educação?
A cultura maker tem um alto poder de impacto na sociedade, refletindo no comportamento, nas relações, na força de trabalho e na economia. Afinal, esse movimento incentiva a busca pelo conhecimento, o protagonismo da aprendizagem e principalmente o aprender a fazer.
Criando, assim, indivíduos mais autônomos, criativos, pró-ativos, capazes de solucionar desafios e contornar obstáculos com muito mais segurança e agilidade.
Podemos afirmar, portanto, que a importância da cultura maker na educação está em reforçar o caráter transformador da escola. Tanto internamente, impactando alunos, professores e colaboradores, quanto externamente, desenvolvendo indivíduos que coloquem esse potencial em prática na sociedade em que vivem.
Como falamos, a cultura maker pode ser colocada em prática sem uma estrutura tecnológica complexa, mas ferramentas digitais podem tornar o processo mais dinâmico, interativo e divertido!
Ferramentas digitais como aliadas da cultura maker!
A infraestrutura, ferramentas e recursos educacionais digitais são fundamentais para adequar a instituição de ensino ao modelo atual da sociedade e acompanhar as gerações que já nasceram no ambiente digital.
E esse passo depende muito da análise e das decisões das próprias instituições, que devem alocar os investimentos de forma estratégica e eficiente. Mas é possível fazer mais! Você sabia que existem ferramentas tecnológicas para a educação que são gratuitas, intuitivas e democráticas?
O combo do Google Workspace é um ótimo exemplo disso! Nele encontramos diversas funcionalidades que podem facilitar a rotina das escolas e incluir a tecnologia de uma forma dinâmica e criativa. Inclusive, com inúmeras ferramentas voltadas exclusivamente para educação no Google for Education.
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O Google for Education é uma solução desenvolvida pela gigante da tecnologia com o objetivo de facilitar o aprendizado e o ensino.
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