Educação emocional na escola é, hoje, um fator indispensável para formar cidadãos e profissionais preparados para o mundo.
Infelizmente, o estresse e impactos emocionais negativos estão presentes em todos os níveis educacionais, desde o ensino médio até pós-graduandos.
Dentre tantos motivos, a acirrada competição e cobranças por resultados cada vez mais inalcançáveis agem como fatores agravantes para cenários de irritação, frustração e estresse. Assim como a crescente dificuldade em lidarmos com conflitos, opiniões e sentimentos diversos.
Preparar crianças e jovens adultos para entenderem suas próprias emoções não apenas facilitará o convívio social, mas também profissional e familiar.
Entenda como os profissionais da educação podem colaborar utilizando a educação emocional na escola.
O que é educação emocional na escola?
Educação emocional na escola é um termo ligado ao que chamamos de inteligência emocional. Enquanto a segunda trata do fim, ou seja, do objetivo, a primeira é o meio utilizado para transmitir esse conhecimento.
A ideia é que as escolas apliquem as novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e incluam competências socioemocionais em seu currículo. Desde 2020, é indicado que as instituições educacionais auxiliem no desenvolvimento da inteligência emocional.
Mas o que, exatamente, significa esse termo?
Inteligência emocional
Muito se fala a respeito da sensibilidade da nova geração. Mas o fato é que percebemos que, hoje, há uma aceitação maior em relação a fragilidades, demonstrações e externalização dos sentimentos.
Isso é extremamente positivo para melhorar as relações, mas precisamos estar atentos a como os indivíduos percebem, exprimem, assimilam, compreendem, racionalizam e regulam os sentimentos. Tanto os pessoais, como o de terceiros.
Essa é exatamente a definição de inteligência emocional por Peter Salovey e John Mayer, psicólogos responsáveis por aprofundar o tema, nos anos 90. Vale ressaltar, no entanto, que não estamos falando de um termo tão recente.
A ideia de inteligência emocional surgiu, na verdade, em 1966, citada de maneira superficial pelo psicólogo americano Hanskare Leuner. E, posteriormente, melhor elaborada pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, em 1989.
Por fim, a sua popularização ocorreu, de fato, com a obra “Inteligência Emocional”, 1995, do psicólogo e escritor Daniel Goleman. O livro faz um embate muito interessante entre o quociente emocional e o de inteligência.
De acordo com Goleman, existem 5 pilares que sustentam a inteligência emocional.
Pilares da inteligência emocional
1. Conhecer as próprias emoções
O primeiro pilar da inteligência emocional é se conhecer, analisar os próprios sentimentos, nossa reação a eles e, principalmente, às situações que nos cercam. Pode parecer simples, mas não se trata de uma fonte racional, afinal, estamos falando de emoções.
Saber e compreender exatamente o que estamos sentindo é muito complexo. Imagine, portanto, que esse processo é ainda mais difícil para indivíduos em formação.
2. Controlar as emoções
Após conhecermos as nossas emoções precisamos descobrir como controlá-las. O gerenciamento correto facilita a convivência e diminui os ruídos de interpretação.
3. Automotivação
A automotivação trata de, com o conhecimento e o poder de gerenciamento das emoções, o indivíduo possa tomar a iniciativa de evoluir. Ele deve, portanto, aprender com as suas reações, absorver a percepção das pessoas ao seu redor e, então, adaptar-se para atingir seus objetivos.
4. Empatia
Essa é, sem dúvida, uma das palavras mais utilizadas do momento, mas a sua aplicação acaba não ocorrendo com a mesma intensidade. Estamos falando do poder de se colocar no lugar do próximo, tentar compreender como ele se sente, com suas influências, dores, traumas, etc.
5. Relacionar-se interpessoalmente
Por fim, com os demais pilares fortalecidos, as relações passam a ocorrer de maneira mais positiva e agregadora. É impossível desenvolver a inteligência emocional sem o relacionamento interpessoal.
Como conseguimos notar, os pilares da inteligência emocional estão interligados e funcionam de maneira interdependente. E, novamente, se indivíduos adultos possuem dificuldade em compreender essa relação e colocar os pilares em prática, imagine aqueles que ainda estão em formação.
É importante ter educação emocional na escola?
Você, com certeza, respondeu esse questionamento com um sonoro sim. Afinal, já adiantamos que as novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incluem competências socioemocionais.
Mas precisamos pensar um pouco além, por que a educação emocional na escola é tão importante? O primeiro ponto é a responsabilidade de desenvolvermos indivíduos com capacidades intelectuais e emocionais para viver em sociedade.
A inteligência emocional é extremamente importante para construirmos relações saudáveis, que considerem os sentimentos alheios, respeitem e se façam respeitar. Isso, claramente, diminui as chances de bullying, atos de preconceito e frustrações.
Além, é claro, de trazer uma lupa para as emoções de cada ser, melhorando sua confiança, autoestima e sensação de pertencimento. Ou seja, além de pensar no social, também colocamos em pauta que as diferenças devem ser entendidas e apreciadas.
Apesar da sociedade atual estar mais aberta ao diálogo sobre emoções, o individualismo da era digital afasta as trocas interpessoais. Isso, claro, dificulta e retarda o autoaprendizado e a compreensão do outro.
Podemos concluir, portanto, que a inteligência e a educação emocional criam indivíduos melhores para a sociedade. Assim como um ambiente muito mais receptivo e agregador para cada um.
Por isso é tão importante que, além dos pais e responsáveis, as instituições de ensino incorporem a educação emocional.
Como desenvolver a educação emocional na escola?
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Criar abertura para a exposição de pensamentos e sentimentos
O primeiro passo é, sem dúvidas, criar uma abertura para que os alunos possam dividir suas angústias, sentimentos e pensamentos. Isso é fundamental para perceberem que os sentimentos são naturais, válidos e relevantes.
Ponto este, fundamental, não apenas para o autoconhecimento e gerenciamento das emoções, como para a compreensão dos sentimentos alheios.
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Desenvolver dinâmicas para incentivar a externalização e compreensão de emoções
Dinâmicas em grupo, com debates e exposição de ideias são essenciais para o gerenciamento de emoções. Mas é preciso ir além, as instituições podem – e devem – extrapolar os temas teóricos. E, assim, encaminhar algumas dinâmicas para um contexto mais emocional.
Desta forma, com o tempo, os alunos se sentirão mais tranquilos para externalizar seus sentimentos. Assim como haverá mais naturalidade e compreensão ao ouvir e lidar com as emoções alheias.
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Incluir situações emocionais mesmo em temas mais teóricos
As emoções e sentimentos estão presentes em todas as áreas da nossa vida, certo? Então por que não incluí-las nas histórias e explicações de outras matérias?
Essa interdisciplinaridade facilita a naturalização dos sentimentos e melhora a identificação dos alunos com temas escolares.
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Ensinar e exaltar ações de empatia
É fundamental reconhecer atitudes positivas dos alunos, saber onde acertam é tão importante – ou mais – que corrigir os erros. Para colocar a educação emocional em prática, os educadores devem, portanto, falar e explicar sobre empatia, mas também reconhecer e exaltar quando os alunos a praticam.
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Incentivar o autoconhecimento
Isso pode ser feito de forma didática, com a inclusão de temas filosóficos e também de maneira prática, com momentos mais introspectivos. Assim como o incentivo a apoio profissional e de atividades extracurriculares que auxiliem no autoconhecimento.
Qual a importância da educação emocional na formação dos professores?
Como você deve imaginar, para desenvolver a educação emocional na escola é indispensável que os educadores e demais profissionais da educação tenham esse preparo. Afinal, é preciso ter muito conhecimento sobre o tema para passá-lo adiante.
Por isso, as instituições devem se preocupar em capacitar e treinar seus profissionais em educação emocional na escola.
É o mais importante, trazer os pilares citados acima como parte integrante da cultura da instituição. Afinal, estamos falando de elementos profundos, que não podem ser tratados com superficialidade, ou de forma pontual.
Além, é claro, de também incluir esse aprendizado em cursos de formação de novos profissionais da educação. Só assim conseguiremos trazer a educação emocional para a base do sistema educacional.
Dica para incentivar as relações interpessoais – Ferramentas criativas
Uma boa dica para melhorar as trocas entre alunos e profissionais e assim incentivar o relacionamento interpessoal é fornecer meios criativos de comunicação. Como, por exemplo, os apps e as ferramentas do Google para educação.
O Google For Education fornece um conjunto de aplicativos voltados para educação que podem ser usados na sala de aula, entre alunos e grupos.
A Safetec Educação pode ajudar a levar essa inovação para sua escola. Entre em contato com a nossa equipe e saiba como podemos te ajudar a alinhar a tecnologia com seu método de ensino.