Flipped classroom, também conhecida como sala de aula invertida, é a metodologia ativa de aprendizagem que inclui a busca pelo conhecimento fora da escola.
Imagine que você inicie uma conversa com um estudioso e ele começa da seguinte forma: a física quântica é o estudo de “sistemas físicos de dimensões reduzidas, próximos dos tamanhos de moléculas, átomos e partículas subatômicas”.
Bom, a menos que tenha conhecimentos ou familiaridade com essa área, você dificilmente vai se interessar pelo tema. E mais, mesmo com toda a atenção aplicada, compreender será muito mais trabalhoso.
Mas e se, antes desse encontro, você tivesse a possibilidade de pesquisar a respeito? Seria possível conhecer a ideia de dimensões reduzidas e uni-la ao conhecimento de átomos, moléculas e partículas que você já possuía, não é mesmo?
Isso possibilitaria maior participação no diálogo e uma aprendizagem mais interativa e dinâmica sobre um novo assunto.
Essa é exatamente a ideia de flipped classroom!
Vamos entender melhor o termo, suas vantagens no processo de aprendizagem e como colocá-la em prática?
O que é flipped classroom?
Flipped classroom é o termo em inglês utilizado para nomear a metodologia da sala de aula invertida. Na prática, ela é um blended learning, ou seja, a mistura de métodos de aprendizado, incluindo a apresentação do conteúdo no meio digital e a exposição do conteúdo em sala de aula.
Ela faz parte, portanto, das tendências de metodologias ativas de aprendizagem, cujo principal objetivo é colocar o aluno como protagonista do seu aprendizado. Tornando-se, assim, um contraponto ao ensino tradicional que estabelece o professor como único detentor e propagador do conhecimento.
A mudança foi ocasionada, principalmente, pelo avanço da tecnologia, que possibilitou que as fontes de comunicação se tornassem mais vastas. Além de relativamente mais acessíveis e orgânicas para as novas gerações.
A consequência direta dessa evolução foi uma mudança no comportamento dos alunos, gerando mais independência e autonomia.
É natural – e, inclusive, esperado – que as instituições de ensino se atualizassem para atender às alterações. Afinal, seu papel é participar da formação de indivíduos para viver, conviver, trabalhar e atuar na sociedade.
Foi exatamente neste cenário que as metodologias ativas de aprendizagem surgiram e ganharam força: para atender uma demanda já existente e como uma etapa evolutiva natural do ensino. E dentre as metodologias temos a sala de aula invertida, ou flipped classroom.
Resumidamente, como já adiantamos acima, o método é uma abordagem educacional que utiliza o modelo híbrido. Possibilitando que o aluno busque pelo conhecimento ativamente e, em seguida, o professor tira dúvidas, aplica exercícios e explica itens que não foram compreendidos.
Mas, e na prática, como funciona o flipped learning?
O método flipped learning pode ser aplicado de diversas formas, a depender das possibilidades dos alunos e dos objetivos da instituição.
Mas, de maneira geral, é utilizado um canal digital, como o Google Workspace, por exemplo. Nele, os professores vão inserir atividades sobre um novo tema, ainda não abordado em sala de aula.
O aluno deverá pesquisar sobre ele, se familiarizar com o assunto, fazer as próprias “sinapses” com conhecimentos anteriores. E, com essa introdução feita, ele leva o que aprendeu para a sala de aula.
Neste ponto podem ser realizadas diferentes dinâmicas. Como, por exemplo, cada um falar o que descobriu e onde procurou por informações. O professor pode incentivar o debate e, então, aplicar exercícios relacionados.
Por último é interessante avaliar a compreensão e, então, o docente tira as dúvidas, explica pontos mais complexos. E, claro, instruir tanto a respeito do tema, quanto sobre os métodos utilizados pelos alunos para pesquisar.
Qual o papel do professor no método flipped learning?
Assim como grande parte das inovações educacionais, o flipped learning enfrenta algumas resistências por parte de professores, gestores e, inclusive, pais e responsáveis.
Isso se deve pela ideia de ratificar o papel de protagonismo, autonomia e independência dos alunos ser um ponto sensível. E é uma preocupação compreensível, afinal, o ensino tradicional é aplicado há anos, com o professor ocupando o único lugar ativo da educação.
Mas é importante esclarecer que o docente ainda possui um papel de extrema importância no método flipped learning. Como mencionamos no item anterior, além de desenvolver e compartilhar os direcionamentos online, ele também é um mediador.
Quando o aluno traz o conhecimento para ser debatido em sala de aula, ele guia a discussão e intervém caso existam informações erradas. Ou, claro, se o debate seguir por um caminho diverso do objetivo.
E, por fim, ele soluciona as dúvidas e expõe informações que ainda não foram levantadas. Desta forma, o papel do professor no método flipped learning é, principalmente, de mediador.
Vantagens de aplicar a metodologia flipped classroom
Como você já deve imaginar, ao aplicar o flipped classroom, a instituição alinha a sua dinâmica com as evoluções que já ocorrem na sociedade. Desenvolvendo, portanto, o seu papel de formador e preparador.
Inclusive, o uso cotidiano de ferramentas digitais é extremamente importante para que os alunos desenvolvam essa habilidade cada vez mais. Dessa forma, não terão dificuldades quando precisarem utilizar sistemas, softwares e plataformas para conquistarem uma vaga ou serem promovidos.
Outra vantagem muito importante é o incentivo ao espírito curioso de crianças e adolescentes, mas direcionado para a aprendizagem. Tornando-os muito mais independentes, autônomos e pró-ativos.
E, por fim, a prática de debates, trocas de informações e discussões, melhora a capacidade de compreensão do outro. Estimulando, portanto, a empatia, senso de colaboratividade e inclusão.
Os conhecimentos e habilidades desenvolvidos pelo flipped classroom serão fundamentais para que os alunos tenham sucesso na sua vida profissional, mas também em suas relações sociais e afetivas.
Como trabalhar com a metodologia flipped classroom?
Apesar da teoria de o que é flipped classroom parecer fácil, a sua aplicação demanda muita estratégia e planejamento dos gestores. Afinal, estamos falando de uma metodologia que altera partes importantes do ensino.
Para obter os melhores resultados é preciso percorrer algumas etapas, como:
- Entender profundamente o que é flipped classroom e sua prática – Para isso é indicado analisar escolas e instituições que o aplicam há algum tempo. Elencar os desafios e as possibilidades de ganho;
- Introduzir o tema para analisar a aceitação de professores, alunos e responsáveis. Mesmo que a instituição não coloque o método em prática, esse é um passo para entender o que todos pensam a respeito;
- Caso seja atestada a viabilidade, é a hora de montar o planejamento. Nele deve conter o cronograma da implantação, passo a passo, custos com treinamentos e ferramentas. Além dos ganhos esperados e indicadores de desempenho.
- Agora é a hora de capacitar professores e gestores. Inclusive, uma ótima ideia é realizar o treinamento utilizando o flipped classroom, na prática. Melhorando, assim, a familiaridade com a metodologia e antecipando possíveis desafios;
- Por fim, é aplicar o teste com os próprios alunos, verificar o desempenho das estratégias escolhidas. E, se ou quando necessário, ajustá-las.
Um ponto importante: a sua instituição precisa modernizar a estrutura tecnológica. Não apenas para dar suporte à prática da metodologia flipped classroom, mas também para se preparar para as inovações que ocorrem a todo momento.
A transformação digital, hoje, é um requisito para aumentar o engajamento dos alunos, otimizar etapas do processo de aprendizado e, claro, garantir a vantagem competitiva no mercado.
Escolas que não se modernizam perdem espaço e deixam de desempenhar o seu papel mais importante: preparar o indivíduo para a sociedade.
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